20 de maio de 2009

Brandos Costumes

Depois de vários minutos de estudo, cheguei à conclusão de Portugal é um país não só pacífico, mas que contamina os países vizinhos com a sua paz. Isso é bom, claro.
Não existe terrorismo em Portugal, existe uma amostra de terrorismo a curtas distâncias, e o terror do terrorismo vai aumentando à medida da distância de Portugal.

Os terroristas mais próximos de Portugal são os da ETA. Estes terroristas querem a separação de uma zona de Espanha do resto da Espanha. Para tal, colocam bombas em carros, e depois telefonam para a polícia a avisar que está uma bomba num carro. Os polícias chegam umas horas antes, deixam o carro explodir e depois vão lanchar. Sem chatices e sem medo.

Um pouco mais longe, em Itália, já são mais sérios, e promovem o costume de utilizar bazucas para explodir carros de juízes. Mais longe ainda, no Médio Oriente, já se pode chamar de terrorismo a sério; explodem com gente que não tem nada a ver com o assunto, há gritos de guerra e Kalaschnikovs, burkas e coletes de bombas.

No Extremo Oriente, se lhes dá para o terror, é terror a sério. Decapita-se, desmembra-se, tortura-se e, se a fome aperta, comem-se as vítimas. Quanto mais longe de Portugal, mais aterrador é o terrorismo.

Basta ver pelos nomes dos grupos terroristas: Setembro Negro, Verdade Suprema, Sendero Luminoso, Tigres de Tamil. Tudo nomes terríficos. E o que é que nós temos? Algum nome assustador? Como Viriatos Vingadores ou Lâmina Lusitana? Não. Temos a facção de Bigas a Concelho. Vamos ver as diferenças.

A Al-Qaeda atira com dois aviões contra as torres gémeas, morrem milhares de pessoas. O castigo para os perpetradores que sobreviveram é ir malhar com os ossos a Guantánamo e passar o resto da vida com uma bateria de camião ligada aos mamilos.
Em Bigas, uma mulher histérica deita-se com o filho pequeno na linha do comboio, porque quer que Bigas passe a ser Concelho. O castigo é ser esbofeteada por um GNR de bigode.

Podemos resumir a tese de que Portugal contamina as redondezas com paz através do seguinte gráfico:

Evitai a Nova Zelândia


As motivações dos terroristas por todo o mundo prendem-se com as diferenças religiosas, a influência capitalista das grandes potências, políticas expansionistas de países vizinhos, ânsia de libertação do punho castrador de líderes tirânicos.

Em Portugal, basta um jogo entre o Desportivo de Nelas e o Farminhão, bem regado com vinho tinto, para se armar uma pequena Intifada. Ninguém morre, não há demolições nem efemérides. Não há degolamentos nem torturas, talvez apenas uma sacholada ou outra.

Depois volta tudo para casa, com uma suave nostalgia.
Espero bem que assim continue o meu querido Portugal.


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