29 de junho de 2009

Faça Você Mesmo

Tocar uma punheta, tocar ao bicho, uma pívia, uma Segóvia, uma Solitária.
Estes são os termos mais conhecidos. Existe no entanto uma miríade de outras formas de mencionar a autogratificação, sendo que julgo ter já descoberto uma fórmula infalível e inambígua.

Começamos sempre por um verbo, que terá de ser engraçado, carinhoso, agressivo ou uma mistura dos três.

Por exemplo:
Afagar
Espancar
Polir
Esfregar
Esganar
Esgaçar
Esgalhar
Espremer
Depenar
Escamar

Depois, o substantivo. Este poderá ser uma árvore, um animal, um nome de pessoa, um palhaço ou qualquer objecto fálico.
Alguns exemplos:

Ganso, marmota, lampreia, golfinho, qualquer peixe no geral.
Pessegueiro (julgo que é a única árvore)
Torpedo, farol, Gonçalves, Toni, Zeca, bastão, pau, boneco.

A fórmula então é simples: pode surgir numa conversação
“Onde é que estiveste?”
“Fui só ali (verbo) o/a (substantivo).

Assim, ao adicionar no sítio conveniente o verbo e o substantivo associado, mesmo que não tenham nada a ver um com o outro, transmitimos a informação sem quaisquer ambiguidades.

Temos então:
“Onde é que estiveste?”
“Fui só ali espancar a marmota, esfregar o ganso, escamar o pinguim, violar o golfinho, polir o torpedo, escamar a bengala, esgaçar o boneco, espremer o Zeca”, etc, etc.

De notar que qualquer peixe serve: Se eu disser “espancar a truta, dar festas ao robalo, atefegar o tamboril, puxar o lustro ao bacalhau”, ninguém me poderá acusar de não ir directo ao assunto. Os peixes têm esta particularidade exclusiva do reino animal.

Outros há que, pela criatividade ou pura bandalheira, entraram no imaginário colectivo dos jovens que jogam World of Warcraft ou que julgam que o Senhor dos Anéis é uma história real, como descabelar o palhaço, esganar a cobra zarolha, esgalhar o pessegueiro, fazer amor com a Palmira, o belo do 5 contra 1.

"Como é que sabes que não tenho namorada?"



23 de junho de 2009

Vírus.

Bem finalmente mandei vir aquelas pílulas de acai de que tenho ouvido falar tanto e passaram 2 semanas e já perdi 22 libras, por isso sou a prova viva de que funcionaram e ainda funcionam, melhor de tudo custam só 5 dólares a experimentar em www.flipclit.com


19 de junho de 2009

Another One Bites The Dust


Heitor
(5/06/09 - 17/06/09)


Eis que tomba o Heitor
Morte santa, acabou no bucho
Presunto aqui não é luxo
Para comer não se faz favor.

Heitor era um dos porquinhos
Julgo eu, o da casa de palha.
Em cima da mesa não falha
Na barriga é só miminhos.

Depois do Heitor vem o Cícero,
O da casa de madeira.
Esse já está na despensa
Comprar só um não compensa
E vai tombar de qualquer maneira.

18 de junho de 2009

Showdown no Pacífico Sul

O cheiro a maresia e o inebriante baloiçar do cargueiro russo não atenuavam a insuportável tensão que pairava no ar. Sabia que ele andava aí, uns 150 metros à minha frente, atrás de algum contentor. Ainda não lhe havia visto a cara, mas sabia que o tinha de matar. Enquanto eu estava escondido atrás de um caixote, longe da mira telescópica do **AllmightyJoe**, pensei numa fracção de segundo se ele seria casado, se teria família ou filhos. Com um agitar da cabeça, afastei esses pensamentos perniciosos. Tinha uma missão a cumprir.

Ouvi o ribombar da sua arma, e acto contínuo o PuTaDaBaBiLóNiA1990 tombou ao meu lado com o crânio desfeito. Um reles praça, sangue na guelra como todos, armado com uma Kalashikov, a uma distância que só alguém com uma placa de ferro na cabeça, como ele, tentaria atirar ao **AllmightyJoe**. Daí que, sem o PuTaDaBaBiLóNiA1990, sobrava eu e o ^^HeadShock^^, Tenente por fora, cobarde por dentro. Estava nesta guerra pelos pontos e estatuto e não pela justiça ou adrenalina. Devia estar lá para trás à espera do desfecho.
Levantei a cabeça um pouco, pelo canto do olho vi que o ++ZombieGun++ estava em cima do contentor da esquerda, lá ao fundo, ponto preferido dos snipers novatos, e normalmente a sua perdição. Levantei a minha velhinha M4A1, e foi quase à primeira. Uma rajada de três, o coice respectivo, e a pobre cabeça do ++ZombieGun++ a estilhaçar-se lá ao fundo.

Logo a seguir, mais um trovão que passou a um palmo da minha cabeça. O **AllmightyJoe** mostrava que estava atento, e que sabia onde eu estava. E que estava encurralado.
**AllmightyJoe** estava equipado com uma AWM 0.50, um instrumento do Demónio que ficou desactualizado quando os mamutes se estinguiram. O som do seu disparo era terrífico, os seus efeitos medonhos. Respirei fundo, levantei-me e larguei a correr. Mais um rimbombar, desta vez mais perto, mas nem olhei para trás. Dei a volta ao contentor.

Do outro lado do contentor, estava **AllmightyJoe**. Vinha a correr para mim, tentando apanhar-me desprevenido. Vinha armado apenas com a faca. Heroísmo, bravura, temeridade ou simples estupidez, não sei. Sei que em meio segundo ficou com o cano da minha M4A1 a um metro do peito. Enquanto vibrava a faca no ar, com os olhos raiados de sangue, enfiei-lhe cinco ameixas no bucho e três na testa. Caiu fulminado no chão. Fiquei coberto de massa encefálica, e de imediato senti um vazio dentro de mim, como um tumor benigno extraído a sangue frio; um vazio que sei que sentirei até ao fim dos meus dias.

"A Guerra não constrói o carácter. Apenas o revela."



8 de junho de 2009

A Truta Assassina

Parece que uns miúdos de uma escola lá de Viseu tiveram a brilhante ideia de povoar o rio Pavia com trutas. Não estou a brincar, é mesmo o rio Pavia, onde os crocodilos nadam de costas e os macacos bebem de palhinha para depois morrer uma morte agonizante. Chamar “água” ao que lá corre é um eufemismo atroz. Mas entretanto, esses ingénuos garotos decidiram que uma boa ideia será mesmo atirar com trutas lá para dentro, a montante de Viseu, não sei com que intenção, mas calculo as consequências:
Primeiro, 95% das trutas vão virar-se umas para as outras, perguntar “que cheiro é este?” e segundos depois estão a boiar de barriga para cima. Os ciganos irão lá buscá-las com uma rede para assá-las na brasa. Mas, e Darwin explica muito bem, sobram 5% das trutas. Estas trutas passarão pelo Fórum em estado comatoso, mas ao passar por baixo da ponte da estação de camionagem já começam a transformar-se: As escamas caiem, os dentes crescem, aparecem picos por todo o lado, começam a brilhar no escuro e a comer tudo o que lhes aparecer à frente, inclusive os pneus e frigoríficos que adornam as margens. Segue abaixo um desenho realizado por um profissional de como este “animal” será.



Quando as trutas chegarem perto da prisão, quase ao pé dos ciganos, já terão braços e deitarão raios laser pelos olhos.

Entretanto, dos ciganos que comeram as trutas, 95% virar-se-ão uns para os outros e dirão “Aiiiiiiiiii Nelo, que cheiro é este?” e cairão fulminados no chão. Os restantes 5% ficarão também mutantes. As trutas que lá chegarem vão sair do rio pelo seu próprio pé, tal como os seus antepassados há 5 mil milhões de anos, vão apanhar os ciganos com uma rede e assá-los na brasa. Os outros ciganos encetarão uma luta sanguínea com as trutas que os atacarão, mas não terão hipótese porque perderam a força dos números. As trutas mutantes vão fecundar todos os ciganos, e daí emergirá uma nova espécie que irá assolar Viseu e toda a Beira Alta; a segunda espécie mutante desde que apareceu a truta arco-íris, que é uma truta que se depila e bebe margueritas e gosta de passar os Domingos na Zara Home.


"Trutis Paviis terribilis"


5 de junho de 2009

Auto-Kill Bill

David Carradine, o “Grasshoper” da série dos anos 70 “Kung Fu”, morreu. Foi encontrado enforcado num quarto de hotel em Banguecoque. Até aqui, nada de anormal. Anormal é que não foi só a cabeça que o Bill enforcou: tinha também a gaita atada com um atacador. Estranho? Talvez. Consta que se trata de um caso de asfixia auto-erótica, que acontece quando as pessoas tem mais prazer ao “tocarem-se” se estiverem a ser esganados. Aconteceu o mesmo ao Michael Hutchence, vocalista dos INXS (pequena nota: O Michael, na altura, namorava com a Helena Christensen. Pergunto eu: “fazer o amor a noite toda com a Helena Christensen” vs. “tocar ao bicho com uma corda amarrada ao pescoço”. Não me parece que perdia o sono a tentar decidir).
Por isso, um conselho: Espancar o macaco, muito bem; pôr uma corda ao pescoço, nada a apontar. Apenas NUNCA tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Eu, pelo menos, detestaria de saber que os meus entes queridos que me encontrassem nesses preparos não saberiam se deviam rir ou chorar.


"Afinal não és assim tão esperto, Gafanhoto."


3 de junho de 2009

Bezana em Tianamen

Faz agora 20 anos que tanques entraram na praça de Tianamen para dispersar uma multidão que se revoltava contra as propinas.
Poucas pessoas o sabem, mas o protagonista de uma das fotografias mais icónicas de sempre, o rapaz de 19 anos que se colocou estoicamente em frente aos tanques de guerra, estava bêbado que nem um urso. Aliás, só assim se explica a falta de discernimento do rapaz, que sem saber se tornou um marco na história da China. Reparem que o que ele traz na mão esquerda não é um megafone, mas sim um garrafão de tinto de Salgueiros.

É curioso, como a história é feita destes pequenos eventos, em que o que é atribuído à bravura e heroísmo deve-se apenas ao erro de cálculo da quantidade de álcool que é preciso beber para manter a compostura e/ou as calças. Imaginemos agora que isso acontecia com, por exemplo, os astronautas.







1 de junho de 2009

Fora do escritório.

"Querido diário:

A coisa mais estranha acabou de me acontecer. Toca o telefone, e era o João Pedro. Acho que já te falei dele, aquele rapaz que me tirou os três no AX dele, há uns 15 anos, namorava com o Fábio na altura. Depois acabámos por ficar amigos coloridos, e ainda andámos durante uns 5 meses.
Então telefona-me o João Pedro, “Olá Cidália, estás boa?”, reconheci-lhe logo a voz de miúdo. Bem sabia o que ele queria; depois de acabarmos ele volta e meia telefonava-me para “matar saudades”. Mas já não me telefonava há uns 5 anos, nunca mais soube dele. Telefona-me então, olá Cidália estás boa, fizemos uma conversa de ocasião, e logo logo sugeri-lhe um encontro para “matar saudades”. Ele fez-se difícil no início, como sempre, perguntou-me se eu namorava, eu disse-lhe que não (o Eugénio não conta), e disse que tinha saudades minhas e que queria também matar saudades. Depois diz-me “Sabes que estou diferente, já não sou aquele miúdo vigoroso”, “não faz mal”, disse eu a rir-me (também não era aquele vigor), e que estou a ficar careca, e com mais barriga (rimo-nos os dois), “é normal”, disse eu, “eu também tenho um quilitos a mais desde a última vez”; e mal disse isto, a chamada caiu. O João Pedro não me tentou ligar mais vez nenhuma, e eu liguei-lhe mas não atendeu. Não se pode confiar nos telemóveis, sinceramente..."

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