27 de janeiro de 2010

Trinca-me o foguete.

Nem de propósito... parece que um dos meus sonhos de menino está muito próximo de se tornar realidade! Tremo de excitação. Preciso de investidores.

Aparentemente, a NASA quer desfazer-se dos seus Space Shuttles. Ou vaivéns espaciais, em português. Como é óbvio, eu quero um. O problema é que custam 20 milhões de dólares cada... e eu não me quero endividar dessa maneira. Daí que resolvi montar um negócio para rentabilizar esses Space Shuttles, e para isso preciso de mentes futuristas e visionárias que apreciem tomar riscos e não investem apenas em dados adquiridos.

Ora, eu quero montar um bordel em órbita na Terra. As vantagens iniciais, são, obviamente, o contorno de todas as leis terráqueas que regulam a prostituição, o lenocínio, o consumo de drogas e o tributo fiscal. A 80 Km da Terra essas leis não são aplicáveis, e não pertencem à jurisdição de qualquer entidade reguladora. Isto é logo para começar.

Depois, o nível da coisa... Vejam que visão assombrosa não terá este aparelho a roncar por cima do Caramulo em direcção à estratosfera!

Nota: os foguetes não estão incluídos.

Ora bem, caros investidores, o negócio funcionará assim: angaria-se um grupo de pândegos endinheirados, com sentido de aventura, que queiram fugir ao ramerame da vida quotidiana e doméstica do planeta Terra, embarcamos todos no Space Shuttle e arrancamos para a órbita. Aí, onde não existe gravidade, os ânimos também se tornam leves, e o champanhe fluirá como a Via Láctea numa noite clara de Verão. As meninas, todas escolhidas a dedo, representarão o seu papel na perfeição, fazendo com que os clientes se sintam o mais confortáveis possível.

Segundos antes de morrerem uma morte agonizante por anóxia e embolia massiva (porque os fatos espaciais fazem-nas mais gordas), as meninas posaram para a fotografia de grupo.

Porque não desejo tornar esta aventura demasiado snob e elitista, providenciei que uma barraca do Psicológico marque presença na nave. Haverá cachorros quentes temáticos em forma de foguetão, e o ubíquo Porco no Espeto. Porco no Espeto esse que também fará parte do cardápio sexual como uma posição inovadora, uma das muitas que só se pode praticar em gravidade zero. O título é suficientemente auto-explicativo, logo não me vou estender em promenores.

Em suma, os clientes que optarem por este tipo de actividades não se irão arrepender. Acredito que se tornarão fiéis e mesmo que recomendarão os nossos serviços a amigos. Não haverá morais em baixo (porque não há “baixo” no espaço), e será este o primeiro de muitos passos para tornar o espaço num idílio sexual, fiscal e bestial.



Caros senhores investidores, por favor mantenham a calma. Afinal, estão três Space Shuttle à venda, e há lugar para todos. Este projecto é o primeiro de muitos. Queiram tornar-se os pioneiros do turismo sexospacial comigo, e verão o vosso nome inscrito a ouro nos anais na história. Respondam-me por esta via.


25 de janeiro de 2010

Diário de Cristiano Ronaldo

Querido diário

Estou mais farto desta vida que sei lá o quê. Não sei o que raio me passou pela cabeça quando me meti no futebol. Não há dia que chegue a casa sem as pernas todas negras. Os meus colegas estão sempre a gozar comigo, por ter grandes dorsais mas nenhum peito. Mais as gajas, que não param de me chatear os cornos, sempre a pedir malas e casacos e merdas e mais sei lá o quê. Não posso dar um peido sem aparecer nos jornais. A ligeira alegria dos golos que marco não me compensam nem uma milésima parte das merdas que tenho de aturar do treinador e dos jornalistas. Cabrões. Ainda por cima acham que me ando a armar quando ando com os braços afastados do corpo e marco os livres de pernas abertas. Mal sabem eles que ando com uma micose fodida nos sovacos e nas virilhas. Mas se isso se sabe, aqui d'El Rei que o Ronaldo anda metido nas putas outra vez! Raios partam a minha sorte. Quem me dera estar agora na Madeira a pescar mexilhão. Esses gajos nem sabem a sorte que têm.
Estou fartinho desta vida, Diário. Devo ser amaldiçoado, não sei o que fiz para merecer isto.
Tira-me deste filme, por favor!!

Cristiano Ronaldo




23 de janeiro de 2010

Guess How Much I Like You





I’ve thought of giving you a flower, with a note, but I don’t know what to write.
I fell my legs shaking, when you smile to me, when i stop seeing you.
Come play a game with me, I for you and you for me.
Close your eyes and guess, how much do I like you.

I like you, from here to the moon.
I like you, from the moon to here.
I like you, just because I like you.
And it’s so good to live like this.

I’m trying to decide, how to say to you, how to tell you.
I even made an airplane, with a blue paper, but it flew from my hand.
Come play a game with me, I for you and you for me.
Close your eyes and guess, how much do I like you.

I like you, from here to the moon.
I like you, from the moon to here.
I like you, just because I like you.
And it’s so good to live like this.

How many times I stopped at your door.
How many times you didn’t even looked at me.
How many times I asked you to guess
How much do like you.

I like you, from here to the moon.
I like you, from the moon to here.
I like you, just because I like you.
And it’s so good to live like this.


Que belo momento. Ora, o rapaz é um bom artista. Acima de tudo, é fofo, e inteligente, pois diz que é a filha que lhe escreve as músicas, de modo a defender-se das acusações de preguiça e lamechice.

Mas não vamos falar disso. Vamos, sim, falar de um assunto mais sério: Esta música é um excelente exemplo do conceito de relatividade de Einstein.
“Gosto de ti desde aqui até à lua”, diz ele. Isso é muito ou é pouco? Entra então Einstein, com um fulgurante “depende!”. Depende do referencial.
Se estamos a falar tendo como base a mesa de jantar, dizer “gosto de ti desde aqui (apontando para o prato de sopa) até à cómoda” é bastante. Se fôr em Viseu, “gosto de ti desde aqui até Castro Daire”, não é mau, mas até ao Algarve é mais. Digamos que eu então gosto mais de ti porque o Algarve é mais longe.
Parece-me que foi assim que começou: uma discussão delicodoce sobre quem gosta mais de quem.

— Gosto de ti desde aqui até aqui (apontando para as mãos, de braços abertos).
— E eu gosto de ti desde aqui até ao fundo do quintal.
— E eu gosto de ti desde aqui até Lisboa.
— E eu desde aqui até à China.

A este ponto, Andret Sardê já se sentia nauseado, e queria terminar o assunto.

— Gosto de ti desde aqui até à lua. Prontos.

Não te safavas assim comigo, Andretzinho... a lua está a apenas 384.000 km da Terra. Referencial, meu amigo, referencial. Vamos lá então:

— Gosto de ti desde aqui até ao Sol.
— Gosto de ti desde aqui até à cintura de Asteróides.
— Gosto de ti desde aqui até Plutão.
— Gosto de ti desde aqui até Alfa Centauri.
— Gosto de ti desde aqui até Sirius I.
— Gosto de ti desde aqui até Tau Ceti.
— ...

E assim por diante. Tau Ceti está a apenas 11 anos-luz da Terra, por todos os parâmetros é uma estrela próxima. Ainda podia continuar.
Aposto que conheço mais nomes de estrelas que o Andret Sardê, e depois mesmo assim posso começar a nomes que ele nunca daria conta.

Fica a anotação, caro Andret. Tens de ser mais conciso e escrever sem ambiguidades. “Gostar de ti desde aqui até à lua”, como viste, afinal não é gostar assim tanto de alguém.



19 de janeiro de 2010

Paris Hilton

A Paris Hilton é uma miúda americana conhecida por muita gente.
Os seus pais decidiram, ao bom jeito americano, de dar-lhe um nome inteligente: O primeiro pela terra onde foi concebida, o segundo pelo nome da cadeia de hotéis que pertence ao pai. Cá pela meseta ibérica também já houve essa tendência, sendo que existe uma Paradinha Bela-Vista, uma Esculca Estrelinha, e uma de estrato social mais alto, a Abraveses Meliá.

A Paris Hilton é, entre outras coisas, uma cantora conhecida. Aqui vai uma foto dela em plena actuação, a cantar o seu êxito “Uma Balada antes da Berlaitada”.

Repararão que ela costuma cantar, por alguma razão, de mamas ao léu.

Ora, a Paris Hilton foi notícia recentemente por causa de uma afirmação que ela fez: parece que vai casar, e então parece que quer reconstruir o hímen. De modo a que seja como a primeira vez com o marido.

Assim, Paris, deixa-me dar-te um conselho:
Sabes que por aqui também se faz essa prática com automóveis. Vamos a um concessionário, e reparamos num belíssimo Golf IV de 93 com muito bom aspecto. Olhamos para o conta-quilómetros, e vemos que ele tem apenas 35.000 quilómetros. Que achado! Compramos, e passado uma semana ele rebenta a junta da cabeça, empenando um piston, partindo as velas que por sua vez entram para dentro do turbo que explode. Porquê? Porque o dono do concessionário tirou 300.000 quilómetros ao carro. Isso, aqui, é ilegal. E tu, minha amiga, já deves ter dado umas três voltas ao conta-fodas.
Percebes o que quero dizer? Deixa lá o hímen, nunca mais voltas a colar no frigorífico. Se achas realmente que estás a ficar lassa, usa uma braçadeira de inox no pito. Sempre que precisares, quando começares a pompoar em falso, uma chave de fendas resolve a situação. Cuidado para não apertares demasiado, pois podes moer a rosca (e sim, falo do parafuso).
Agora, não te ponhas numa mesa de operações para reconstituir o virgo. A não ser que o teu noivo seja cigano. E mesmo que seja, não deve ser estúpido.

O que está errado nesta fotografia?

Tanta coisa.

16 de janeiro de 2010

Pomba Atómica

BARBÁRIE ASSOLA ARREDORES DE VISEU

JOVENS DELIQUENTES PRATICAM JOGO SÁDICO E PÉRFIDO À CUSTA DE POMBAS INOCENTES

Desde há umas semanas para cá que um grupo de jovens, na casa dos 30 anos, se juntam numa sala para praticar um jogo por eles inventado, que consiste em jogar convencionalmente o conhecido jogo “Trivial”, bebendo cerveja e comendo chouriças e pão com paté. Tudo isto poderá acontecer num qualquer serão, num qualquer lar português, se não fosse a exótica cláusula inventada por estes desmiolados jovens: quem acertar numa pergunta de “queijo”, terá direito a uma tentativa de abater uma pomba que dorme junto de outras num beiral de telhado de um prédio em frente com uma pressão de ar. Ou seja, quanto mais fácil a pergunta (“Que insecto era Maia?” ou “Qual o apelido de Napoleão?”), ou quanto mais culto for o jogador, e ainda quanto menos bêbedo estiver, maior a probabilidade de uma pomba ser assassinada.
Alguns factores, no entanto, jogam a favor das pombas: estes jogadores, ao acertarem uma pergunta de “queijo”, terão de acertar na pomba, de noite, e com várias cervejas no bucho. E principalmente a falta de cultura gritante que é comum aos nossos jovens (um deles respondeu “Finlândia” à pergunta “Onde fica o tendão de Aquiles?”) permite a algumas pombas dormirem descansadas.
Outras não.


Um destes jovens, que prefere manter o anonimato, cedeu algumas declarações.

“Para já, não acho que seja bárbaro. Bárbaro é um povo que surgiu nos montes Cárpatos. Elas já estão a dormir, e se o tiro for certeiro elas já caiem mortas, precipitando-se no alcatrão. Alcatrão é uma mistura de policarbonetos saturados. Ora, as pombas são verdadeiros ratos voadores, portadores de doenças como a Leptospirose, também conhecida como Síndrome de Weil. E depois, nós só atiramos quando acertamos na pergunta de queijo sem ambiguidades. Por exemplo, à pergunta “Quem inventou o motor Diesel?”, respondi “Diesel”, e a resposta não foi aceite. Já agora, foi Rudolfo Diesel. Acabei por acertar na pomba quando me calhou a pergunta “Quantas provas tem o pentatlo?” São cinco."

Mais uma vez temos a prova de que a juventude portguesa está desorientada. A malta de modelos de comportamento e de valor, a ausência de actividades salutares, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, ou mesmo a incipiente deliquência do jovem português, tudo isto poderão ser factores que levam ao massacre das pombas naquele antes calmo bairro beirão.

Infelizmente para o Esteves, quem perdeu a força quando lhe cortaram o cabelo foi mesmo o Sansão.



O Esteves caminha preocupado pela rua abaixo
Com a pala bem puxada para baixo
Sem outro som que o som dos seus pés
Metralhadoras prontas a disparar.
Estás pronto, estás pronto para isto?
Estás agarrado à berma da cadeira?
Pela porta fora as balas ripam
Ao som da batida

Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó
E mais um que foi, e mais um que foi
Mais um que morde o pó
Ei, também te vou apanhar
Mais um que morde o pó

Como é que pensas que me vou safar?
Sem ti, quando te fores
Levaste-me por tudo o que tinha
E chutaste-me fora sozinho

Estás contente, estás satisfeito?
Quanto tempo aguentas o calor?
Pela porta fora as balas ripam
Ao som da batida

Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó
E mais um que foi, e mais um que foi
Mais um que morde o pó
Ei, também te vou apanhar
Mais um que morde o pó

Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó, eiiiiiiiiii...


Há varias maneiras de magoar um homem
E levá-lo até ao chão
Podes bater-lhe
Podes traí-lo
Podes maltratá-lo e deixá-lo quando está no chão
e deixá-lo quando está no chão
Mas estou pronto, sim estou pronto para ti
Levantado nos meus dois pés
Pela porta fora as balas ripam
Repetindo o som da batida

Mais um que morde o pó
Mais um que morde o pó
E mais um que foi, e mais um que foi
Mais um que morde o pó
Ei, também te vou apanhar
Mais um que morde o pó

9 de janeiro de 2010

Diário de Kimi Raikkonen

Querido diário

Hoje sinto-me particularmente triste. É daqueles dias em que sinto que a vida passou por mim a correr, e que não tenho nada para mostrar. Cada vez me arrependo mais de ter começado esta vida... sempre de um lado para o outro, a aturar chefes, iniciativas de marketing, análises de telemetria, kilómetros infindáveis num carro desconfortável, às voltinhas em circuitos durante horas a fio, faça chuva ou faça sol.

Estou farto disto. Quem me dera voltar atrás no tempo.


Ontem, depois de sair às dez da noite (!) de uma reunião sobre o novo diferencial, ainda me dizem que tenho de passar o próximo fim de semana no Mónaco às voltinhas de carro com um grupo de modelos. Nem para mim tenho tempo. E depois, nem sequer falar das corridas, que vão começar em breve... andar a 300 kilómetros por hora empacotado entre não sei quantos carros, a arriscar a pele, já teve mais piada, acredita. Já não há paciência.
E depois, se porventura os resultados “não são os desejados”, lá vem o chefe a chatear-me ainda mais a cabeça. Porque não me aplico, e não arrisco, e não colaboro com a equipa, e não sei mais o quê. Estou fartinho disto. Às vezes, adormeço a chorar, desanimado. Puta de vida esta que me escolheu.

Kimi




7 de janeiro de 2010

O Quente


Pyotr havia-se feito à estrada havia uma semana.
Pernoitara em Prypiat, cidade vazia e fantasmagórica, onde nem os pássaros cantavam nem os insectos zuniam. Tudo parecia estar morto, havia apenas neve e prédios. Toda a cidade parecia estar a ser deglutida pelo planeta, como se deixasse de ser precisa pelos habitantes da superfície. Havia porém provas do que aconteceu, da fuga apressada dos habitantes, do pânico de algo que se desconhecia, da pressa em arrumar as coisas para partir e nunca mais voltar. E assim foi.



Pyotr era movido por algo que ele próprio não sabia definir. Sabia apenas que era inexorável, que algo o impelia cada vez mais próximo da Central. O seu passo era lento, mas decidido: sabia que estava mais próximo pelo leve zumbido dos seus tímpanos e por uma suave opressão do peito e da cabeça. Tudo à sua volta parecia estar morto.

Aproximou-se, por fim, do edifício principal. Se Pyotr se estivesse a ver por cima, repararia num círculo perfeito a toda a volta da Central, de quase meio quilómetro de raio: dentro desse círculo não havia neve, como se lá já não crescesse. Mas Pyotr não se estava a ver por cima, nem isso o impediria. Sabia que tinha de entrar, por um lado sentia medo, o medo do desconhecido, mas por outro sabia que não tinha alternativa. Mesmo fora do edifício, sentia já um quase calor, quase confortável depois de passar a noite com vinte graus negativos.


Entrou. Lá dentro era quente. O zunido que o acompanhava inexorável desde a manhã aumentou agora para um ligeiro rumor, um ruído de fundo, cuja origem era impossível de descortinar, no meio do silêncio brutalmente opressivo. Começou a reparar no desagradável sabor metálico na boca: sinal de que as radiações começavam gradualmente a corroer o seu corpo. Sentia uma ligeira dor de cabeça.

Olhou em volta, o caos era evidente... quase que imaginava, umas décadas antes, o terror pânico, a fuga atabalhoada, os vómitos, as dores lancinantes. Todos fugiram para nunca mais voltar, como se o sítio, mais do que se estivesse abandonado, fosse a residência do Demónio na Terra. Mas Pyotr avançou, porque era para isso que tinha vindo. Bastava-lhe seguir o calor. Vinha do andar de baixo, e Pyotr lançou-se com calma mas decisão para as escadas.

Ao descer, o ambiente parecia de outro planeta. A sua boca começou a ficar seca e a pele levemente encarquilhada. Havia cascatas de lava cinzenta e ressequida, as paredes de betão espesso tinham buracos violentos, havia estilhaços de grafite espalhados por todo o lado.


O calor, agora, era abundante. Mas Pyotr sabia agora qual era a sua origem: um quarto, ao fundo, com grandes portas de madeira esburacada. Lá dentro, a fonte dos seus delírios, a razão da sua custosa demanda, a origem dos seus motivos.
Ineshka.
Ineshka estava deitada a dormir numa cama larga com dossel. O quarto estava desarrumado, como se abandonado havia séculos. O calor era agora pesado e mofento. Ineshka estava nua, Pyotr sabia-o, porque acabara de se virar e mostrar as costas desnudas. Ineshka murmurava docemente, como se estivesse perturbada com algo. E o calor que emanava dos seus lençóis, e do seu corpo, era tal que causava ondas e distorciam o ambiente. O cheiro que dela emanava era de um animal quente, um mamífero hibernante, de saliva e doce suor.

E só isso fez valer a Pyotr o sacrifício da sua longa viagem.


Um abraço ao meu amigo Bispo por me ensinar a sua definição de "o quente".

3 de janeiro de 2010

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