24 de abril de 2010

Colite Ulcerosa.

Colite Ulcerosa (CU) é uma doença inflamatória intestinal, que provoca, entre outras coisas, diarreia.
Existe um site de apoio a portadores deste doença.
Supostamente, é possível viver com CU hoje. Há tratamentos que podem ser libertadores, e pode ser-se feliz com CU.

Agora, aparentemente, como se pode verificar no canto inferior direito, uma mulher com CU pode perfeitamente andar de biciclete ou ter sexo anal com o Manuel João Vieira.

Não basta ter o cólon inflamado e irritado, mas uma mulher com CU habilita-se a, quando estiver nas lides domésticas, a fazer a cama ou a dobrar roupa, levar na bilha do marido e gostar.

"Tens colite ulcerosa?
Toma lá o remédio, minha rosa."


Os homens, de facto.

Os homens de fato
Têm fotografias dos filhos no telemóvel.
Os homens têm filhos muito avançados, para a idade
Uma vez desmontaram a televisão.
Os homens de fato gostam de carros alemães.
Têm uma prima que trabalha na BMW em Lisboa,
E um tio que teve um AVC.

Os homens de fato andam de biciclete, todos os Domingos.
E comem Actimel, todos os dias.
Os homens de fato passaram a cagar melhor.
Os homens de fato andam de mãos nos bolsos a sorrir
Dão pancadinhas nas costas dos outros homens de fato, ajustam-lhe as gravatas.
Os homens de fato têm dois telemóveis.
As mulheres dos homens de fato são professoras, ou então mulheres de fato.

Os homens de fato têm auriculares, óculos escuros, relógios de pulso grandes
Com mostrador branco.
E pulseiras da sorte.
Os homens de fato falam de futebol e de carros. E da crise.
Os homens de fato gostam de mulheres mais novas.

Os homens de fato são homens de fato há muitos anos.
Os homens de fato leêm livros de auto-motivação.
Têm a tensão alta.
Levam-se demasiado a sério.
Os homens de fato estão mortos por dentro.


17 de abril de 2010

Expressamente proibido

Usar comandos de televisão nestas Urgências.

Deslize?



Num consultório médico perto de si.

8 de abril de 2010

Granda Trapalhão!



Gosto muito de passar nesta terra, ali quem vai para a Mealhada, antes de chegar a Sernadelo.

Faz-me lembrar o petit-nom que a minha professora de ginástica do 5º ano me deu.

4 de abril de 2010

Tokio Camping

Querido diário

Hoje é o 8º dia do nosso acampamento (eu, a Filipa, a Mafalda e a Sónia) no Pavilhão Atlântico. Estamos todas eléctricas para ver os Tokio, já nem posso esperar. Isto está a ser muito giro, ontem vieram cá uns rapazes que diziam que eram roadies dos Tokio Hotel, e que se nós quiséssemos podiamos conhecê-los. Eu não fui muito na conversa, mas a Mafalda lá foi com eles e ainda não apareceu. Ai se ela está neste momento com o Bill eu nem sei que lhe faça! Entretanto eu e a Filipa estivemos a brincar com as bolinhas Ben-Wa da Hello Kitty da Mafalda.
No início éramos muitos, mas agora somos cada vez menos. Havia uma tenda com umas miúdas mais velhas, já deviam ter uns 17 anos, estavam cá desde antes de nós, mas um dia apareceram uns rapazes mais velhos, de uns 21 anos, e com mau aspecto, que pediram para ficar lá na tenda. Nós só ouvíamos uns risinhos e uns gritinhos, como se estivessem a fazer uma festa qualquer, e que festa que devia ter sido! Porque no dia seguinte, como elas não saíam da tenda, fomos lá e elas estavam todas nuas a dormir e quando as acordámos não se lembravam de nada. Começaram a chorar e a telefonar aos pais para as vir buscar. É pena, mas sempre subimos mais uns lugares! Basta saírem mais umas 15 raparigas e ficamos nós nos lugares da frente. Isto se a Filipa se despachar, ela saíu com um homem para ser fotografada (ela que sempre quis ser modelo), e ainda não voltou. A Sónia desapareceu desde manhã e não atende o telemóvel, estou a ver que vou ter de passar a noite aqui sozinha... Ai, se ao menos o Billy Kaulitz cá estivesse para me aquecer!
Beijos

Cátia


2 de abril de 2010

Mário de Sá Carneiro - Caranguejola


Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!

Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira...
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.

Não, não estou para mais; não quero mesmo brinquedos.
P'ra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito p'ra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar!...

Noite sempre p'lo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho - que amor!...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor -
P'lo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...

Se me doem os pés e não sei andar direito,
P'ra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde.
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...

De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo -
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...

Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará
P'ra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. C'o a breca! levem-me p'rá enfermaria -
Isto é: p'ra um quarto particular que o meu pai pagará.

Justo. Um quarto de hospital - higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível, por causa da legenda...
De aqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda;
E depois estar maluquinho em Paris, fica bem, tem certo estilo...

Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras.
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.

Acreditam:

Seguidores