30 de outubro de 2010

Dia das Bruxas



Uma vez por ano, podemo-nos dar a este luxo!
Vai mudar a hora. Às duas da manhã de Domingo, o relógio vai andar para trás uma hora. E nessa hora podemos fazer tudo o que quisermos, na máxima impunidade.
Vamos dizer às pessoas que amamos o que sentimos por elas, e que apesar de tudo não são perfeitas. Vamos dizer às pessoas que odiamos que não valem nada, mas que temos alguma inveja.
Vamos dançar polka em cima de campas do cemitério, fazer amor menos que consensual com bruxas pubescentes atrás do campanário, à sombra da lua prateada! Vamos rir, pegar fogo a notas de 50, atirar ovos aos carros da polícia, beber até vomitar no balcão, caminhar nus nas pedras da calçada, beijar desconhecidos na boca, ulular como índios, pintar cães com spray verde, subir às árvores e uivar à lua, pontapear pombos, tudo!

Porque tudo isso vai ser como se nunca acontecesse, e aquela hora entre a uma da manhã e as duas será enviada lá longe, para algum buraco negro, onde não há arquivos nem câmaras nem provas. E tudo o que acontecer permanecerá apenas na nossa memória.

27 de outubro de 2010

Ovelhas com Metanfetaminas.

Natal.

Apercebestes-vos concerteza de que começa a aumentar a frequência dos reclames de televisão das prendas de Natal. Ainda estamos em Outubro.
Quais os reclames que passam? Isto porque é assim que funcionam.
Primeiro, e por esta ordem, vêm os reclames de chocolates, de perfumes e de relógios. Porque se tratam das prendas genéricas; aquelas em que apanham o pai de família antes daquela altura em que ele começa a pensar na prenda que tem de dar à sogra. E à mãe. E à irmã, tia, vizinha, e tal. “Um chocolate/perfume/relógio fica sempre bem à vizinha/mãe/mulher.” Está sensível a presa; está a jeito, está à procura. Está na altura.

E todos nós sabemos o que é que nos espera. Reclames dos carros já começaram, e vão aumentar (“A milha filha por acaso precisa de um carro, entrou agora na Universidade...”). Depois os anúncios dos LCD’s, dos computadores e dos jogos de PlayStation (“o meu filho adolescente anda-me a chatear com o computador que está velho”). Os reclames das jóias, com colares e pulseiras que se transformam em várias como se fosse mais que uma prenda. Ou seja, quanto mais perto do Natal, mais à rasca está o consumidor. (“Que raio hei-de dar à minha mulher?!?”).

E depois, chega a minha parte preferida.
15 dias antes do Natal começam os reclames das coisas que os pais vão comprar no dia de Consoada. Aquela prenda para aquelas pessoas de que às vezes os consumidores não se lembram, mas por causa delas que o Natal faz sentido. 15 dias antes do Natal bombardeiam os reclames dos brinquedos. Do robot que se transforma num camião, da boneca que fala e dá peidos, do carro telecomandado com lagartas que manda mísseis de plástico. E dos computadores que fazem os sons dos animais, e dos nintendos, e dos ovos Kinder (que já apareceram pela simples razão que, além da surpresa, é um chocolate), e do carro do Ken, da Barbie preta, dos pokémons, dos estojos de maquilhagem e dos Legos.
E o bombardeio é engraçado, porque tem muita luz e cor, muito barulho. Alguns incluem a expressão “diversão para toda a família” e mostram uma família divertida a experimentar posições sexuais. E inventam uma história a explicar porque é que o GI Joe tem de ir ao castelo do Skeleton mandar mísseis. E os micro-machines e respectivas lavagens automáticas.
Demasiado fácil. O rebento vira-se para os pais e começam aos berros Ó pai, Ó pai, eu quero o tanque do Lord Extreme/Anita Vaidosa/O jogo do Hipopótamo/Pistola Laser.
As crianças têm, como se sabe, uma memória imediata de 2 segundos. Vamos impactá-las.
E, durante algum tempo, andamos esquecidos do resto. É preciso o peru, o Lord Extreme, a pulseira Pandora para a mulher, as luzes de Natal que estão no sótão.
A mim parece-me que em Portugal a silly season dura o ano todo.

22 de outubro de 2010

21 de outubro de 2010

Poema em Grulfe

Inventei uma língua nova, e escrevi um poema nessa língua.
É sobre a inconstância da vida, e de quão desprovida de sentido se não soubermos aproveitar cada momento. É assim:

Brilvam os galfos na mojela
Tojando com valgor e nol pastal
Grumindo nola jorte pum cutela
Ninhundo sem tronte nem rufal.

Algendo sis printa com Gol:
"Bradolim setém gradol, carolim fus seitinho?"
Som que Gol manideu golado
Mosera nimpa, moledeu de mansinho.

Ainda não está terminado, mas dá para ter uma ideia.

6 de outubro de 2010

A importância das vírgulas.

Tenho demasiado tempo livre nas mãos. Logo, decidi fazer uma compilação de expressões que são ofensivas se tiverem uma vírgula.

Ernesto: Qual é a tua bebida favorita?
Paulo: Eu gosto de chá, preto. E tu?
Ernesto: Eu cá gosto de champanhe, bruto.
Paulo: Qual é o comer?
Ernesto: Hoje é pato com arroz, selvagem.
Paulo: E pão, saloio?
Ernesto: Também. Já lavaste as mãos?
Paulo: Sim. Com sabão, macaco.
Ernesto: Boa. Gosto deste edifício.
Paulo: É feito de tijolo, burro.
Ernesto: Fixe. Bom apetite, filho da puta.
Paulo: Igualmente, cabrão.

Acreditam:

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