13 de dezembro de 2010

Karl Gietl


Karl Gietl é um pintor nascido em Worcester há 40 anos, que vive e trabalha actualmente em Joanesburgo, África do Sul.
Autor de uma obra extensa, o seu trabalho minucioso a descrever as vivências quotidianas com pinceladas de traça única e indelével é admirado por várias pessoas por ser essencialmente cru enquanto morno, agressivo enquanto suave, ofensivo enquanto sensível.
Sou um grande apreciador da obra de Karl Gietl, e gostaria de partilhar esse gosto com o leitor.
E de molde a tornar esse processo mais aprazível, a seguir a cada quadro vou deixar três opções sobre qual o verdadeiro título, atribuído pelo autor, a cada uma das obras. As respostas encontrar-se-ão no final. O título verdadeiro foi traduzido por mim.

Vamos então começar.


1 - Gata em telhado de zinco
2 - Prostituta em cama de canas
3 - Rapariga com brinco de argola


1 - Dia das Mentiras
2 - Natal em minha casa
3 - Carnaval em Madrid


1 - Todos mamados com crack
2 - Delírios de cocaína
3 - A Fada Verde


1 - Antes do strip
2 - O jogo de cartas
3 - Depois dos comedores de batatas


1 - After Eight
2 - Jovem a comer um gelado
3 - Jovem a sair do banho


1 - Maria em cima da neve
2 - Maria sai da neve
3 - Não comam a neve amarela


1 - Quem é que anda aí
2 - Sim senhor
3 - Que ricas peidas

A seu tempo, publicarei as respostas correctas. Quem acertar terá uma grade à espera no Saiber.
Não vale ir à net.





11 de dezembro de 2010

O Tempo.



Enquanto que em tempos últimos o nosso ninho estava dividido entre dois extremos metereológicos, eis que nos chega uma abébia cósmica.
Por um lado, chuva.
Botas, casaco impermeável. Guarda-chuva, e a certeza de chegar a casa a ranger com os sapatos, e pingar o chão da sala. De sair à noite, e limitar o tempo que se está na rua ao mínimo indispensável para chegar do ponto A (um aguadeiro) ao ponto B (um prostíbulo). Não se está bem em lado nenhum, e a roupa molhada conserva melhor os cheiros.
No ponto intermédio, entre notícias de emigrantes mortos em estradas alheias devido ao aquaplaning, e de tornados em Tomar, cá na metrópole chega-se (de um momento para o outro) ao outro extremo, que é o frio.
O ranger de dentes quando se chega a casa, meter as mãos debaixo de água fria (segundo diz a cor da torneira) e pensar que está quente.
Cair de cu na calçada, deitar fumo pela boca, tirar as luvas para comprimentar alguém (poucos o fazem), meter as mãos nos bolsos dos casacos polares que custaram trinta euros na C&A.
E hoje, dádiva divina, nada disso. Nem chuva, nem frio. Uma temperatura de chuva, uma secura brilhante. Faz um tempo que adivinha uma queda de um meteorito de dimensões consideráveis.

10 de dezembro de 2010

5 de dezembro de 2010

Cagalhão.



A história reza que, mais cedo ou mais tarde, a conversa vai degenerar em “merda”. E partir de agora vamos falar de merda. Não vou trazer a antiga discussão, que já foi debatida e concluída, de qual é o singular de “fezes”. Não há, e trata-se de uma palavra que é uma aberração na língua portuguesa (não venhais com a história da cidade marroquina).
A outra aberração que me surgiu, e que também tem a ver com merda, começou com a palavra “cagalhão”. Todos nós sabemos o que é um cagalhão, e também o seu oposto (volúmico e semântico), “caganita”.
Ora, o que se passa, é que temos um aumentativo (“cagalhão”), temos um diminutivo (“caganita”), temos o verbo (“cagar”), temos o advérbio (“Estou-me a cagar”), e não temos o substantivo. Não temos a palavra a partir de qual tudo emana. Não temos “cagalho”.
Ou é cagalhão ou é caganita, fora disso é de esguicho, ou é pintar à pistola, ou é “cagar em leque”. Na verdade, “cagalho”, a palavra legítima a partir da qual as outras derivam, não existe.
E a conclusão é esta, à falta de melhor. A merda não tem regras. Aliás, está-se bem a cagar para as regras.


Um cagalhão feito de areia.

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