Enquanto que em tempos últimos o nosso ninho estava dividido entre dois extremos metereológicos, eis que nos chega uma abébia cósmica.
Por um lado, chuva.
Botas, casaco impermeável. Guarda-chuva, e a certeza de chegar a casa a ranger com os sapatos, e pingar o chão da sala. De sair à noite, e limitar o tempo que se está na rua ao mínimo indispensável para chegar do ponto A (um aguadeiro) ao ponto B (um prostíbulo). Não se está bem em lado nenhum, e a roupa molhada conserva melhor os cheiros.
No ponto intermédio, entre notícias de emigrantes mortos em estradas alheias devido ao aquaplaning, e de tornados em Tomar, cá na metrópole chega-se (de um momento para o outro) ao outro extremo, que é o frio.
O ranger de dentes quando se chega a casa, meter as mãos debaixo de água fria (segundo diz a cor da torneira) e pensar que está quente.
Cair de cu na calçada, deitar fumo pela boca, tirar as luvas para comprimentar alguém (poucos o fazem), meter as mãos nos bolsos dos casacos polares que custaram trinta euros na C&A.
E hoje, dádiva divina, nada disso. Nem chuva, nem frio. Uma temperatura de chuva, uma secura brilhante. Faz um tempo que adivinha uma queda de um meteorito de dimensões consideráveis.
Por um lado, chuva.
Botas, casaco impermeável. Guarda-chuva, e a certeza de chegar a casa a ranger com os sapatos, e pingar o chão da sala. De sair à noite, e limitar o tempo que se está na rua ao mínimo indispensável para chegar do ponto A (um aguadeiro) ao ponto B (um prostíbulo). Não se está bem em lado nenhum, e a roupa molhada conserva melhor os cheiros.
No ponto intermédio, entre notícias de emigrantes mortos em estradas alheias devido ao aquaplaning, e de tornados em Tomar, cá na metrópole chega-se (de um momento para o outro) ao outro extremo, que é o frio.
O ranger de dentes quando se chega a casa, meter as mãos debaixo de água fria (segundo diz a cor da torneira) e pensar que está quente.
Cair de cu na calçada, deitar fumo pela boca, tirar as luvas para comprimentar alguém (poucos o fazem), meter as mãos nos bolsos dos casacos polares que custaram trinta euros na C&A.
E hoje, dádiva divina, nada disso. Nem chuva, nem frio. Uma temperatura de chuva, uma secura brilhante. Faz um tempo que adivinha uma queda de um meteorito de dimensões consideráveis.
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