30 de maio de 2011

O Portal da Sé



Parece-me que chegou a altura de pôr fim a um logro que se vem propagado há demasiado tempo. Por vezes, a verdade manifesta-se mesmo em frente aos nossos olhos, ao ponto de ferir, mas por razões de conveniência, e mesmo preguiça, recusamo-nos a aceitá-la. Por isso, sem qualquer outra razão que pôr o dedo na ferida nos poderes instituidos, vou desmascarar uma das maiores conspirações de Viseu, e talvez do planeta.

Existe uma casa de banho pública na zona velha de Viseu, mais precisamente na Praça D. Duarte. Nada há de especial com essa casa de banho, talvez apenas para os olhares mais atentos ela pareça um pouco mais evoluída do que seria de esperar de uma casa de banho pública. Tem um botão de entrada que tranca a porta por dentro, é completamente forrada a alumínio. Tudo funciona, até tem papel higiénico. E no entanto, algo nela é anacrónico o suficiente para nunca ser utilizado para esse fim, uma vez que todos os transeuntes urinam na sombra que ela faz do candeeiro da rua.

Porquê?

Porque não se trata de uma casa de banho, mas sim de um portal de passagem para outro planeta. Para um planeta em Vega na constelação de Lira, mais precisamente. Digamos que se trata de uma alfândega, ou de uma portagem sem portageiro, uma vez que a palavra original não tem tradução para o português. Ou para qualquer língua da Terra, para esse efeito.
Vou explicar o como e o porquê.
O “como” não é fácil. Como devemos calcular, a quantidade de energia necessária para tornar as viagens interplanetárias possíveis é muito elevada. Daí que essa fonte de energia terá de respeitar vários critérios: terá de ser estável, fácil de armazenar, e que tenha valores de produção colossais. Numa situação destas, em que se tenta camuflar eset segredo o mais possível, esta fonte de energia necessita ainda de outra qualidade: terá de ser o mais discreta possível. Colocar três centrais nucleares de fase II (o equivalente energético) no centro de Viseu daria muito nas vistas.
Obviamente, os promenores técnicos não são de origem terrestre, mas sim Vegana. Atenção que quando digo Vegana, digo os naturais de Vega, não os intelectuais que prescidiram de comer qualquer animal passível de ser uma personagem de desenhos animados. Ora, e os Veganos aplicaram aqui, na Terra, a tecnologia que já é sobejamente conhecida por toda a galáxia: colher a energia electromagnética produzida pelo enorme núcleo de ferro líquido no centro da Terra.

O que é necessário para isso? Como é óbvio, um meio de colher e armazenar essa energia. Por exemplo, com enormes vigas de cobre que se estendam desde a superfície da Terra até vários quilómetros de profundidade, cuidadosamente alinhadas para aproveitar o efeito sinérgico de ressonância electrónica.

Conforme figura anexa. Muita gente, quando viu aquelas fálicas ogivas a protuberar ao lado da Rua do Comércio, suspeitou imediatamente que a sua função seria de impedir os carros de estacionar no passeio, ou, mais ridículo ainda, aproveitar a energia dos relâmpagos para vender electricidade à rede. Nada mais falso. Aquelas glandes de cobre(que, de novo, não têm tradução nas nossas línguas) são tão-só e apenas a ponta visível de varas de cobre com centenas de quilómetros de comprimento cujo objectivo é colher a energia necessária para o portal funcionar.

Certo, e o sistema de orientação? Como poderemos garantir que a máquina nos leva mesmo para Vega e não nos deixa à deriva no meio do espaço intergaláctico, para morrer uma morte agoniante de embolia e ebulição dos nossos fluidos? É necessário um sistema de orientação fiável. Terá de ser grande.
E há anos que os Veganos sabem que a infrastutura necessária será um cone octogonal com cerca de dezoito quilómetros de altura e um diâmetro na base de exactamente 650 metros. Não precisa de ser oco, conquanto seja construído com determinados materais, muitos deles impossíveis de fabricar na Terra.

Mais de perto?

Precisamente. A cava de Viriato, ao contrário do Forte do nosso General Pastor, é um enorme cone subterrado do qual só a primeira dúzia de metros é visível à superfície. Tem uma forma de um cone de grafonola, cujo objectivo é detectar e amplificar as ondas electromagnéticas provenientes de Vega, transmitir esses dados ao Portal, e permitir que o viajante chegue ao seu destino com uma margem de erro que se mede em mícrons.

A engenharia já está, falta a teoria. Afinal, Vega situa-se a 25 anos-luz do nosso planeta. Como é possível viajar até lá sem violar a teoria de relatividade de Einstein? E é este mesmo que nos dá a resposta (embora o Veganos já o saibam há éons): através de uma variante da ponte de Einstein-Rosen. O que nós chamamos Teoria Heterótica Tipo II das Supercordas, com duas Supersimetrias nas 10 dimensões e conservação da paridade, os Veganos chamam Verdade. Ou um equivalente da verdade, na língua deles.

Na prática, a energia utilizada para colocar o Portal em funcionamento serve unicamente para dobrar o tecido do espaço tempo, através das Branas de Calabi-Yau, formando um buraco de verme de Schwarzschild. Assim, sem rupturas espacio-temporais e sem enjôos, somos virtualmente transportados para Vega de forma instantânea.
Um Buraco de Verme de Schwarzschild

E o porquê?

Vega é o centro nevrálgico da nossa Galáxia. E está mesmo aqui ao lado, se olharmos em perspectiva. E devia ser uma honra para Viseu e os Viseenses que o único ponto de passagem para essa estrela, em todo o planeta Terra, seja em Viseu. É como se todo o nosso planeta fosse uma ilha latejante de vida e cultura, mas com um istmo frágil e fino que nos liga ao continente, ou neste caso, ao espaço sideral. Nunca fiz essa viagem, mas os relatos que há (muitos poucos) falam de uma experiência sem qualquer tipo de qualificação ou relato, pela falta de referências. Falam em vida, de uma vida tão variada e estranha que tornaria um Unicórnio tão banal como um rato ou uma barata. Há como que flores e árvores, e insectos e outros animais, e nenhum deles é remotamente parecido com os análogos terráqueos. E há música, e luz, e vento, e cheiros, e nada disto pode ser descrito na nossa língua. Posso-vos garantir que tudo isto é verdade, e já mostrei as provas suficientes. A todos vós que queiram tentar a vossa sorte, venham ao Portal da praça D. Duarte. Eu não sei como é que o Portal funciona, só lá fui uma vez e foi para mijar.


6 de maio de 2011

Pornografia e Fado - Uma Tese.

E a tese é esta. As actrizes pornográficas têm nome de fadistas e vice-versa. E o actores também.
O próprio Fado também se presta a insinuações do género, uma simples troca das vogais e estamos no buzílis. Mas os representantes, intencionalmente ou não, partilham a mesma inclinação onomástica, e vou prová-lo.

Ana Monte Real
Maria Ana Bonone
Luana
Mariza
Melisa
Ângelo Ferro
Camané
Master Driller

Quais destes são fadistas, e quais os fodistas? Na verdade, é difícil sabê-lo pelos nomes.
Vamos a alguns exemplos:

António Pinto Basto

Tem Pinto no nome, e tem Basto. E, se fosse actor porno, seria o inimigo final, aquele que é o dono da casa da praia e que quando chegava a casa e via o jardineiro a montar a mulher a dias, arriava no jardineiro e na mulher a dias indiscriminadamente.

Kátia Guerreiro

Chama-se Kátia com Kapa.

Ana Monte Real

Fadista em ascenção, tendo granjeado grande respeito na comunidade lusófona nos países de leste, e ganho o primeiro prémio no concurso... não, esta é mesmo actriz porno.

Alfredo Marceneiro

O Alfredo, ícone luminoso do fado português e além-mar, tem nome de um actor porno que já passou o seu pico, e agora é chamado para fazer filmes de género mais underground. Ainda muito aclamado pela crítica séria, tem sido um pouco negligenciado pelas camadas jovens. E no entanto, quando é necessário vestir alguém de cabedal, colocar-lhe uma bola de bilhar na boca e virar cera derretida nos mamilos, chama-se o Alfredo, o Marceneiro.

Erica Fontes

Podia ser perfeitamente a vencedora de um Ídolos na América, e uma promotora do Fado no Novo Mundo. Mas não, é actriz porno.

Maria Ana Bobone

Chama-se Bobone, e em vez de aproveitar a alcunha e aquele palminho de cara para ingressar bem dentro das fantasias de adolescentes oleosos e divorciados de meia idade, dedicou-se ao fado. A perda de muitos é a benção de alguns.

Mariza

Tal como no fado, se Mariza fosse uma actriz porno, seria a mais bem paga. Tem todo o charme de uma actriz de lista A, com cláusulas exigentes quanto a cachês e co-protagonistas. Por exemplo, Alfredo Marceneiro nunca.

Poderão lembrar-me de que me estou a esquecer do símbolo maior do fado em Portugal, Amália Rodrigues. Mas não quero ofender a sua memória. Basta sugerir que, se houvesse uma actriz porno chamada Amália, os trocadilhos marotos utilizados para os títulos dos filmes teriam um filão sem fundo: Amália Vai Chupália, Amália Vem Mamália, Amália Vai À Somália.

E, finalmente, como corolário demonstrativo desta tese, temos este belo chuchu:

Cuca Roseta

Aquele ar de Pocahontas sabidona, os olhos e cabelos negros, os lábios grossos e o piercing no nariz, parece que faz de propósito. E, como qualquer gloriosa Mulher (e actrizes porno), tem uma Cuca, e tem uma Roseta. E qual delas a melhor.

A este ponto, a conclusão é óbvia.


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