5 de dezembro de 2010

Cagalhão.



A história reza que, mais cedo ou mais tarde, a conversa vai degenerar em “merda”. E partir de agora vamos falar de merda. Não vou trazer a antiga discussão, que já foi debatida e concluída, de qual é o singular de “fezes”. Não há, e trata-se de uma palavra que é uma aberração na língua portuguesa (não venhais com a história da cidade marroquina).
A outra aberração que me surgiu, e que também tem a ver com merda, começou com a palavra “cagalhão”. Todos nós sabemos o que é um cagalhão, e também o seu oposto (volúmico e semântico), “caganita”.
Ora, o que se passa, é que temos um aumentativo (“cagalhão”), temos um diminutivo (“caganita”), temos o verbo (“cagar”), temos o advérbio (“Estou-me a cagar”), e não temos o substantivo. Não temos a palavra a partir de qual tudo emana. Não temos “cagalho”.
Ou é cagalhão ou é caganita, fora disso é de esguicho, ou é pintar à pistola, ou é “cagar em leque”. Na verdade, “cagalho”, a palavra legítima a partir da qual as outras derivam, não existe.
E a conclusão é esta, à falta de melhor. A merda não tem regras. Aliás, está-se bem a cagar para as regras.


Um cagalhão feito de areia.

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