12 de novembro de 2009

O Tesão

Sabeis aquele tesão surpresa? Aquele tesão que se insinua sem razão aparente, quando o resto do corpo está relaxado? Aquele tesão de curiosidade, de um “Olá! Tudo bem? O que é que se passa aí?" A meio da manhã, no meio de um auditório, quando estamos de fato a meio de uma formação sossegada, a cabecear com o queixo apoiado na mão, e sem nada que o fizesse prever, pimba!, estamos de tenda armada? Pois bem, aconteceu-me hoje.

Não sei bem como se passou, qual foi o estímulo. Uma perna desnuda, uma brisa, um roçar de collants, uma alça de soutien, um caroço de pêssego a germinar fulminante na cadeira. Nada de consciente, obviamente. Mas é como se fora um torpedo lançado de não sei onde, que perfura o meu córtex como se fosse água, atinge o meu sistema límbico e explode. E o cogumelo atómico surge uns palmos mais abaixo.

Compreendo porquê, biologica e racionalmente faz sentido. É uma reacção normal do corpo, e a malta é jovem. Compreendo também a função do tesão a longo prazo: A formação onde estou serve para supostamente melhorar o meu trabalho, supostamente para eu o manter e ganhar dinheiro, para supostamente eu ser bem sucedido na construção de um lar e no recrutamento e manutenção de uma companheira fértil que supostamente queira ter os meus filhos.
E para ter filhos, é preciso ter em conta o aparelho reprodutor da mulher; a fecundação acontece uns centímetros dentro do seu corpo. E para isso, não servirá uma verga mansa e mole, seria como jogar bilhar com uma corda. Mas também não preciso de um dólmen de granito como tenho agora! Durante a formação não preciso de tesão: a probabilidade de ela ser usada é muito próxima de zero. Nem em filmes.
Mas um tesão é um tesão, auto-explicativa, e não necessariamente desagradável. Significa que sou jovem, vigoroso, umas vezes atento e outras entediado.
Agora, é inoportuno porque é difícil de o esconder dentro de calças finas de fato, principalmente se tiver de me levantar e falar em público (que felizmente não foi o caso). E é desagradável ter de desperdiçar um tesão tão vigoroso, desafiante e duradouro, quando, daqui a uns anos, possa vir a precisar dele.

Sem comentários:

Acreditam:

Seguidores