9 de julho de 2009

CR9

Alguém se vira para mim, numa tarde de segunda, e me diz:
— Olha lá, queres ir ver o Ronaldo?
— Então?, digo eu.
— O Ronaldo vai ser apresentado ao Real Madrid. A semana passado foi o Kaká, o Santiago Bernabéu levou 40.000 pessoas. Estão à espera de 70.000 agora para o Ronaldo.
— Então mas vai haver jogo? Ele vai jogar à bola?
— Não...
— Vai haver palhaços, fogo de artifício ou paraquedistas?
— Também não. Só o CR9. Queres vir ou não?

E eu “Bora lá”. E lá fui.



85.000 pessoas para ver o Cristiano Ronaldo. Uma boa oportunidade para ver o Santiago Bernabéu que nem um ovo, várias oportunidades para discutir a influência do futebol nas massas e criticar os valores monetários em causa. Calcula-se que em 10 dias se vendam 100.000 camisolas, a 95€ cada uma.

Apareceu também o Eusébio num fato caqui.



E o Ronaldo a dar toques.



Ora, o Ronaldo é um grande jogador. Portou-se muito bem, e até nos fez o gosto de passar Xutos e Pontapés durante as suas voltas ao estádio. Abraçou meninos e bebés, pousou para as câmaras, autografou bolas, fez o gostinho ao pé, agradeceu ao público, e depois fugiu das pessoas que entraram no campo para lhe pedirem um bocado do seu cabelo.



Sim, é verdade... para o final entraram algumas dezenas pelo campo dentro, como se de um arrastão na Rocinha se tratasse. Miúdos pequenos e velozes, a fugir de polícias reformados; foi muito giro de se ver e despertou também muitas ovações. Adeptos de tauromaquia como os espanhóis, também a facção portuguesa se levantou e aplaudiu, sem que no entanto se cortassem as orelhas aos polícias reformados.
Que não se pense que os miúdos eram desordeiros, ou que foram movidos pelo impulso do momento e histeria de massas. Eram, sim, apreciadores do futebol, porque utilizaram várias tácticas, entre elas a escola do Danúbio como o 2-3-5 de losango invertido com um líbero recuado.



Depois saímos do estádio, e o Ronaldo telefonou-me. Disse-me que afinal não ia dar a tal festa porque estava cansado, mas que assim que houver oportunidade me diz qualquer coisa.


Acreditam:

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