2 de julho de 2009

Beam me up!

“Faço caridade com todas as religiões. Não quero perder o Além num tecnicismo.”
Bob Hope

Na antiga mitologia Azteca, existe um sítio para onde as pessoas vão quando morrem que é do piorio. Chama-se Mictlan, fica no extremo Norte e corresponde ao nono e último nível do submundo. Trata-se de um caminho bastante difícil que dura quatro anos, mas que tem um guia que ajuda, um psicopompo chamado Xolotl. Há no entanto três maneiras das pessoas morrerem para evitar ir para esse sítio terrível, e ir directamente para o melhor dos vários paraísos, que é Tonatiuhichan. Essas três maneiras de morrer são:

- Morrer como herói numa batalha
- Morrer a dar à luz
- Ser atingido por um relâmpago.

Não vou discutir a incrível criatividade envolvida, ou as fontes que os Aztecas usaram para descrever ao pormenor o que acontece no pós-vida, ou a aparente aleatoriedade das letras que compõem a sua linguagem.

Gostava de saber, sim, por que raio (trocadilho fácil) é que ser atingido por um relâmpago tem tanto mérito como ser um herói numa batalha.

Assim, calculando todas estas possibilidades, calculei a melhor maneira de se morrer na cultura Azteca, indo directamente para o Tonatiuhichan. É a seguinte:

Uma mulher grávida vai para a guerra também para ajudar o marido. É um dia de trovoada, quente e seco. No calor da batalha, depois de matar uma data de inimigos, ao atirar a sua lança para atingir a cabeça de mais um, cai um relâmpago atraído pelo bronze da lança. Ao ser fulminada pelo raio, o seu corpo contrai-se e o bebé, que já estava para sair de qualquer maneira, sai disparado da sua vagina e ainda mata mais três inimigos.

Ora,se eu fosse Azteca, calcularia que esta mulher é uma santa e merece o melhor dos céus.




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