8 de dezembro de 2011

Os Pilotos-Aviadores

E agora, uma pequena palavrinha sobre essa nobre e digna classe profissional, que desde sempre tem sido subestimada e maltratada pelos patrões: os Pilotos-Aviadores.
Como é óbvio, estou a ser sarcástico. Os Pilotos-Aviadores (e escrevo em maiúsculas também sarcasticamente para sublinhar a mesquinhice pedante típica destes cabrões) são uma cambada de primadonas idiotas, megalómanos e arrogantes, que pensam genuinamente que a sua linha de trabalho é das mais nobres, exigentes e românticas que existem. Quando, na realidade, é precisamente o oposto.

Não e por acaso que escrevo isto agora, em vésperas de mais uma greve que vai custar 100 milhões ao país e um imensurável transtorno a milhares de vidas, de portugueses e estrangeiros.

Vamos a ver: Andei de avião há pouco tempo. Longe vão os dias em que andar de avião era uma excitação e os passageiros batiam palmas quando se aterrava, coisa que me compelia a perceber os terroristas que explodem os aviões. Seria eu o primeiro, tivesse um cinto com explosivos.
Essa viagem deu-me tempo para destilar e concentrar o meu ódio por esta gente, todos os envolvidos nos transportes aéreos em geral e os pilotos em particular.

Por isso, dedico esta linha a todos vós pilotos-aviadores, obsoletos parasitas, raquíticos ditadores, fardados burocratas que não sabem que não passam de areias na engrenagem.

Em primeiro lugar, vocês não são tão especiais como pensam. Não estamos como há 100 anos atrás, no tempo dos loucos aviadores, na corrida pelo ar, em que realmente se morria a voar, em que haviam os ases, em que pilotar um avião era realmente difícil. Hoje, e vocês sabem isto melhor que ninguém, pilotar um avião é mais fácil que tirar um fino. Um avião de carreira, hoje em dia, apesar da tecnologia ser superior, o seu manejo é infinitamente mais simples do que conduzir um autocarro. Um autocarro com asas e tripulação inútil é, na verdade, do que se trata um avião.
É fácil de ver porque é que a “cabine” de um avião é um local fora das vistas e das visitas dos passageiros, pois seria desagradável que um passageiro reparasse que, na realidade, tudo o que um piloto faz num avião é carregar num botão para ele descolar e carregar noutro (quiçá no mesmo) para ele aterrar. No intervalo, proferir uns discursos condescendentes para os passageiros, dizendo as horas e o tempo no destino, o tempo de viagem, e pedir uns cafés às hospedeiras.
Caros pilotos, apercebam-se desta realidade: CAIU O PANO. Vocês estão obsoletos, são desnecessários e um macaco treinado consegue fazer o que vocês fazem, por muito menos dinheiro.

Está provado que a enorme maioria dos felizmente já raros acidentes de avião são de causa humana. Daí que toda a tecnologia desenvolvida nos transportes aéreos têm a ver com a automação dos processos, por forma a impedir que vocês tenham cada vez menos capacidade de FAZER MERDA.

Percam as peneiras, caros amigos. Todo o pessoal envolvido nos aeroportos estão cartelizados, porque infelizmente as opções de viagens intercontinentais são parcas.
Mas é uma questão de tempo, e vai ser ainda na mesma geração, que vocês, pilotos, vão ser relegados para uma posição que merecem. Não vão mais ganhar 3 ou 4 mil euros por mês para fazer um trabalho que qualquer engomadeira consegue fazer. Vocês vão descer para a posição de um qualquer motorista de carreiras, que por sinal é uma profissão muito mais nobre, exigente e menosprezada que a vossa. Um motorista, para levar o autocarro ao destino, tem apesar de tudo de operar o veículo, usar acelerador e travão, prestar atenção ao tráfego, estar concentrado durante a viagem toda. Não há cá piloto automático para ninguém. E é uma lei da vida imutável, que estas modas vão passar. Os motoristas de autocarro continuarão a sê-lo, vós pilotos irão deixar de ser as reizinhos que são, para dar lugar, eventualmente, aos pilotos de naves espaciais dos ferries Terra-Lua. E mesmo esses, um dia, serão substituídos por computadores.

Percam as peneiras. Se eu estivesse no vosso lugar, continuaria obviamente a chupar o estado com os ordenados principescos, férias e folgas à patrão, condições de trabalho e seguros de uma estrela rock. Mas já me teria apercebido que isto vai acabar, que o povo se vai aperceber de que o rei vai nu, e de que mais cedo ou mais tarde vou ser justamente substituído por um processador do tamanho de uma bolacha, que vai tornar as viagens de avião naquilo que são: não uma romântica aventura mas o único meio de ir de A para B mais rapidamente.
Acordem.

Carlinhos está triste porque lhe baixaram o ordenado para uma banana por dia.

4 comentários:

Anónimo disse...

automação,não míudo
automatização

O Professor disse...

automação
(inglês automation)
s. f.
1. Criação de autómatos.
2. O mesmo que automatização.

www.priberam.pt

Mas obrigado na mesma, Casi!

Anónimo disse...

Você não sabe nada de aviação, não sabe o que o piloto passa para chegar la e não sabe os riscos e as responsabilidades, sugiro que você estude mais sobre um assunto antes de pensar em comentar algo sobre o mesmo.

sem mais.

Anónimo disse...

Será o Fernando Pinto miudo?

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